DOIS JOVENS POETAS QUE MORRERAM CEDO
Daniel Faria e José Bação Leal
Foi este o tema da palestra do Prof. Joaquim Moedas Duarte em 24 de Fevereiro do ano corrente, na Associação para a Universidade da Terceira Idade de Torres Vedras. O orador partiu da ideia de que “entre o não esquecer e a importância do lembrar”, impõe-se a partilha de memórias. Neste caso, as memórias de dois jovens poetas que, em épocas e contextos diferentes, deixaram um rasto notável na Literatura Portuguesa contemporânea. José Bação Leal, nascido em Lisboa em 1942, morreu em 1965, em Moçambique, como militar miliciano, vítima da Guerra Colonial. Daniel Faria, natural de Baltar (Paredes) onde nasceu em 1971, foi vítima de queda com traumatismo craniano que o levou da vida em 1999, com 28 anos.
De José Bação Leal ficou um pequeno livro, “Poesias e Cartas”, editado, em 1971, pelos amigos e familiares, com prefácio de Urbano Tavares Rodrigues, testemunho pungente de um jovem com talento poético e elevado sentido cívico.
Daniel Faria, apesar da vida tão breve, deixou uma obra poética extensa, que tem vindo a ser publicada e cada vez mais aclamada como expressão notável de um voz única na nossa Literatura.
Foram lidos excertos dos livros destes poetas, para os quais o orador foi fazendo comentários, apoiados numa apresentação visual.
A palestra concluiu-se com a participação do associado Manuel Teixeira que, com a sua viola e uma sentida interpretação, cantou a “Canção com Lágrimas”, de Manuel Alegre.
Maria da Conceição Calhamar