A disciplina de Genealogia, no passado dia 27 de Abril do corrente ano, organizou uma visita de Estudo, ao Arquivo Municipal de Torres Vedras englobando as aulas de Genealogia I e II, aproveitando o espaço utilizado no mesmo dia e horário praticado pela respectiva disciplina.
Entendeu-se que seria uma forma de dar uma aula no exterior de carácter diferente com recurso a meios diferenciados contactando com outras documentações e recursos não digitalizados e habituais a quem tem interesse em conhecer a História da sua família, a História Local onde os seus antepassados viveram e consequentemente a História de Portugal.
Pretendeu-se assim transmitir, sensibilizar e tomar contacto com um veículo poderoso de auxílio à investigação da Genealogia e sobretudo tomar conhecimento de outros meios que estão à disposição, quando os mais tradicionais se encontram na fase de impasse e esgotados em pesquisas pessoais.
Face á panóplia de acervo do Arquivo Municipal de Torres Vedras, os proveitos, como foi salientado pela Dra. Paula Correia da Silva, coordenadora neste Arquivo e nossa anfitriã nesta incursão, não se podem resumir só em dossiers Genealógicos ou de cariz Históricos, mas também todo um potencial dos mais variados serviços aos Munícipes, nomeando concretamente todo o trabalho ali executado, desde a recepção da vasta documentação Municipal, a sua expurgação, essencial para a não contaminação do acervo existente, catalogação, digitalização e finalização arquivística.
Houve a preocupação do Arquivo e para nos sentirmos mais familiarizados com a matéria que investigamos e que consultamos, colocar-nos à disposição várias Fontes Genealógicas como por exemplo os Testamentos Cerrados, Legados Pios, Róis de Confessados de Santa Maria do Castelo e São Miguel, sempre com grande interesse e um Livro de Expostos com os respectivos sinais, o que transmitiu uma informação muito íntima e clara de todo o ritual em que se envolvia a entrega do abandonado ou deixado na Roda. Neste particular o caso curioso de uma mãe que deixou o filho na Roda, fazendo acompanhar com ele determinados sinais de identificação, que permitiu haver o reencontro entre os dois mais tarde e para alegria familiar. Digamos no que diz respeito a este particular que tivemos o ensejo e a rara oportunidade de constactar o ciclo dos expostos, com um final feliz.
Fundamentalmente contactou-se com um acervo palpável, com o que o mesmo nos pode oferecer e sobretudo o enriquecimento dos nossos conhecimentos.
Tudo decorreu como estava delineado, tendo havido franca participação dos alunos, quase que poderemos salientar que redundou em uma genuína aula prática de Genealogia.
Adolfo Conceição