17/02/2025

Exposição “As Máscaras”

Inaugurou no dia 14 de Fevereiro, na AUTITV, a Exposição “As Máscaras” envolvendo as turmas das Disciplinas de “Cerâmica” orientada pela professora Conceição Anes, “Decoração em Cerâmica” orientada pela professora Patrícia Ballu e “ Oficina do Papel” orientada pela professora Manuela Cabaça. Num verdadeiro cruzamento de conteúdos e linguagens artísticas, que originou derivas inesperadas, uma diversidade de autoras com as suas pulsões criativas, as suas técnicas, as suas ferramentas… mobilizaram os conhecimentos adquiridos nas aulas, os seus sonhos e imaginação para, num trabalho coletivo e de reciprocidade, ou seja, com o reconhecimento da importância de cada “outro” nesta exposição, darem a ver as “suas” máscaras tornando o átrio da nossa Universidade Sénior um lugar de livre circulação de olhares, um laboratório do pensamento, aberto a todos os possíveis, uma porta para a imaginação.

No dia da inauguração foi proferida ainda a palestra “Desmascarar as Máscaras, a pequena ponta de um grande novelo” em que Ana Meireles procurou dar a conhecer a história das máscaras, máscaras ritualísticas, protetoras, da humilhação e da vaidade, máscaras para curar e para torturar, máscaras de guerra e de paz, máscaras visíveis e invisíveis … com o singelo objetivo de rasgar as neblinas do tempo numa perspetiva ativa e pedagógica e visando o conhecimento de um longo passado que é sempre um país estrangeiro ou uma língua que precisa de ser descodificada.

A exposição e a comunicação partilham assim um território comum, são fios que se tecem e entretecem contribuindo para o enriquecimento do nosso vocabulário existencial.


Ana Meireles

13/02/2025

Barcelona e Montserrat

Arte, cultura e sabores da Catalunha

No dia 3 de fevereiro de 2025 iniciámos a nossa visita a Barcelona, partindo de Torres Vedras às 4 h da manhã, em autocarro, para embarcar no aeroporto de Lisboa em voo da TAP às 7h 05m.

Lá encontrámo-nos com a guia acompanhante Liliete Matias, que nos acompanhou toda a viagem.


Em Barcelona esperava-nos um autocarro que fez um tour pela cidade onde tivemos o primeiro contacto com esta magnífica e cosmopolita cidade com uma arquitetura moderna com destaque para as obras de António Gaudi. Passámos pela Gan Via, Praça de Espanha com as suas duas Torres Venezianas, Praça de Catalunha, Passeio de Grácia onde se encontram as célebres casas de Gaudi. A casa Batlló completada em 1907, ilustra o triunfo de São Jorge sobre o dragão e cuja fachada coberta de mosaicos de cerâmica azuis, verdes e ocre representam as escamas do dragão e o seu telhado ondulado as costas. A casa Milá, conhecida pela “A Pedreira” construída entre 1906 e 1912, é um edifício de apartamentos de luxo com 7 pisos inteiramente em colunas, sem uma única linha reta ou ângulos retos, a fachada ondulada e no telhado chaminés de formas estranhas.

De seguida fizemos uma breve paragem no Porto Olímpico com os seus belos passeios, a
nova marina, restaurantes, cafés, bares modernos, que se tornou numa animada zona noturna de diversão. Os edifícios mais altos de Espanha presidem imponentes sobre o porto, a Torre Mapfre e um Hotel de 5 estrelas. Ali ao lado uma escultura em bronze de um peixe, de Frank Gehry (arquiteto do Museu Gugenheim em Bilbau).

Sendo horas de almoço dirigimo-nos para o restaurante buffet “El Fresco” e no fim para o hotel “Catalonia Park Guell”, onde descansámos até à hora de jantar servido no hotel.

No dia 4, após o pequeno-almoço partimos de autocarro para passar o dia inteiro na cidade.
Começamos pela visita à “Sagrada Família”. Gaudi começou esta obra em 19 de março de 1882 e o seu sonho era incluir 3 fachadas representando o Nascimento, a Morte e Ressurreição ou vida eterna de Cristo e 18 torres em mosaico simbolizando os 12 apóstolos, os 4 evangelistas, a Virgem Maria e Cristo. Na altura da sua inesperada morte em 1926 (morreu atropelado por um elétrico) apenas estava concluída a cripta (onde foi sepultado) e uma das torres, a maioria da fachada oriental a do Nascimento e a abside. A obra tem vindo a ser concluída prevendo-se que em 2030 se finalize. Em 2010 o Papa Bento XVI consagrou-a como Basílica. No seu interior as colunas fazem lembrar uma floresta, abrindo-se em ramos até ao teto que segura a estrutura. É iluminada por claraboias, janelas e vitrais de vários tons.



No fim da visita e depois do almoço uma guia local, Maria, que falava fluentemente português, acompanhou-nos numa visita guiada pela cidade velha. As suas raízes remontam ao século I AC, quando soldados romanos estabeleceram uma colónia chamada Barcino. Atualmente as ruínas romanas encontram-se nas caves dos prédios e foram descobertas quando da reconstrução dos imóveis. No meio de um aglomerado de ruelas e becos ergue-se
a Catedral Gótica, uma das mais bonitas da Europa, construída sobre os restos de uma antiga basílica cristã e uma igreja românica, entre o fim do século XIII e meados do século XV. Apreciamos também, na cidade velha o Palácio da Música Catalã, encomendado pelo Orfeão Catalão em 1904. É uma das grandes obras-primas modernistas e um símbolo do renascimento da cultura catalã. Da fachada nua, de tijolo sobressaem as colunas de cerâmica coloridas, janelas fantásticas e os bustos de Palestrina, Bach, Beethoven e Wagner. Passámos pelo Museu da História de Barcelona sediado numa mansão medieval transferida para aquela local pedra por pedra quando da construção da Via Laietana. O nosso passeio terminou com uma visita ao Museu Picasso.
Este museu exibe trabalhos dos primeiros anos do pintor, que com apenas 15 anos pintou o Retrato da Tia Pepa, A Comunhão da Irmã, Ciência e Caridade entre outros. Outros trabalhos pertencem ao período azul, rosa, cubista e neoclássico, destacando-se As Meninas de Velasquez e o retrato da sua mulher Jacqueline.




Após esta visita seguimos a pé pelas largas avenidas até ao Arco de Triunfo e daí, em táxis, seguimos para o restaurante para jantar e daí para o hotel.

No dia seguinte, dia 5, após o pequeno almoço, seguimos num minibus para Montserrat a
cerca de 50 Kms de Barcelona, uma montanha sagrada, assim denominada pelas formações rochosas serradas, com cerca de 1200 m de altitude. Milhares de pessoas vêm venerar a imagem medieval da Virgem Maria com o Menino, chamada” A Morenita” ou “Virgem Negra”, enegrecida pelo fumo de milhões de velas acesas ao longo dos séculos e festejada a 27 de abril, que se encontra por cima do altar mor da Basílica de um mosteiro fundado em 1025. É famoso pelo seu coro “La Escolania”, um dos mais
antigos coros de rapazes e remonta ao século XIII e que canta todos os dias às 13h e ao qual pudemos assistir. Antes, ainda provamos um queijo típico desta região, o queijo “Mató”. Este Mosteiro tem um Museu que também visitamos. Tem um vasto acervo de peças de arqueologia de Chipre, Egito, pinturas renascentistas de Caravaggio, de pintores catalães, de El Greco, Picasso, Monet, Miró e Salvador Dalí, uma sala com ícones da igreja ortodoxa e uma outra com várias representações da Virgem Negra. Após o almoço num restaurante local alguns elementos de grupo subiram no funicular até ao cume de um dos picos. Regressamos à cidade e ficamos na Barceloneta, a praia de Barcelona, caminhámos pelo paredão até ao restaurante onde jantámos e regressámos ao hotel.

No dia 6 após o pequeno almoço, fomos para o Parque Guell. Concebido por Gaudi a
pedido de um industrial e político da família Guell, mecenas de Gaudi. Tinha como intenção a construção de uma cidade jardim residencial, ao estilo inglês com 60 moradias. Gaudi trabalhou neste projeto de 1900 a 1914, mas acabou por ser um fracasso financeiro e apenas 3 casas foram completadas e tornou-se propriedade da cidade em 1923.A principal entrada do parque faz-se por uma grande escadaria ornamentada por uma fonte em forma de dragão ou salamandra, que conduz a um espaço maciço e cavernoso, originalmente destinado a mercado. A sua floresta de colunas suporta uma praça no telhado, limitada por uma fila de bancos ondulados cobertos por cerâmica partida multicolor. Numa elevação erguem-se as 3 cruzes do calvário. A casa do guarda na entrada é agora um museu que contém maquetes, mobílias, desenhos e outras relíquias do arquiteto e seus colegas.

Finda a visita fomos de autocarro até ao centro da cidade almoçar no restaurante do costume. A tarde foi passada na Rambla da Catalunha. O nome rambla derivado de “ramia”, que significa em árabe “torrente, recorda que séculos atrás esta rua era uma vala arenosa que corria paralela à muralha medieval e que levava a água da chuva até ao mar. Hoje é uma magnifica rua do século XVIII ladeada de árvores e vai do centro da cidade até ao porto. Nesta rua existe o famoso mercado da Boqueria que é uma atração para turistas e locais. É conhecido pela diversidade de produtos frescos e típicos restaurantes que oferecem todas as especialidades mediterrâneas e do interior catalão. A rambla termina na Praça Cólon onde se ergue uma coluna de 50m de altura encimada por uma estátua de Cristóvão Colombo a apontar para o mar. Daqui seguimos de autocarro para o restaurante, jantar e de seguida para o hotel.

Dia 7, último dia em Barcelona, depois do pequeno almoço saímos já com as malas para o autocarro que nos levou para o Montjuic. Uma colina situada a sul da cidade, a que os romanos chamavam Monte de Júpiter, mas hoje em dia, Monte dos Judeus devido a uma antiga necrópole judaica que ali existiu. Em 1929 Montjuic foi palco de uma exposição internacional e hoje os edifícios que lá existem são exemplos da arquitetura da exposição e estão ocupados com museus, como o Museu da Arte da Catalunha. Aqui também se encontra a Fundação Miró, a Arena Olímpica onde se realizaram grande parte dos jogos olímpicos de 1992.

O Poble Espanhol também construído para a Exposição de 1929, destinava-se a recriar a diversidade da arquitetura regional espanhola .É uma verdadeira aldeia onde os visitantes podem reconhecer edifícios famosos ou típicos desde os pátios da Andaluzia, até às mansões de Maiorca e as fachadas da Galiza. Há bares, restaurantes e foi num desses restaurantes que almoçamos as típicas tapas da Catalunha.

Findo o almoço, seguimos para o aeroporto onde aguardámos o voo que partiu com um ligeiro atraso. Chegados a Lisboa esperava-nos um autocarro que nos trouxe até Torres Vedras.




Margarida Raposo

Palestra_Psicossociologia da Literatura



10/02/2025

Atuação da TUNA na ARCPAssneta

A TUNA da AUTITV, no dia 9 de fevereiro, atuou nas Comemorações do 45º Aniversário da Associação Recreativa e Cultural da Praia da Assenta. 

Foi uma tarde musical de agradável convívio. 

03/02/2025

Centro de Interpretação da Comunidade Judaica

Com a orientação da Drª Isabel Luna, Directora do Museu Municipal Leonel Trindade, autora de um aprofundado estudo e investigação das fontes e da geografia tanto da comunidade judaica sefardita de Torres Vedras como da sua atestada presença na península ibérica, foi efectuada uma visita de estudo que percorreu uma parte da geografia desta judiaria até ao centro de interpretação no dia 21 de Janeiro de 2025, das 15 às 17 horas. Estiveram presentes 17 interessados sócios da AUTITV.

O Centro de Interpretação da Comunidade Judaica de Torres Vedras é um espaço que preserva e divulga a história da presença judaica na cidade. Situado na antiga rua da Judiaria, o centro oferece uma viagem no tempo, destacando o papel dos judeus na economia, cultura e sociedade local durante a Idade Média.

Ao entrar, os visitantes encontram painéis interativos e documentos históricos que relatam a vida quotidiana da comunidade judaica, incluindo suas práticas religiosas e comerciais. Destaca-se a referência à antiga sinagoga, que funcionava como local de culto e ensino, mas que, após a expulsão dos judeus no século XV, foi convertida para outros usos. Apesar de várias vicissitudes foi descoberto ao antigo banho das abluções rituais de purificação e ainda o poço que fornecia a água não contaminada para esse fim.

Outro ponto essencial da visita é a história da rainha Dona Beatriz, esposa de Afonso III, que no século XIII concedeu privilégios aos judeus da região, permitindo-lhes prosperar em Torres Vedras. Seu papel foi fundamental para a tolerância relativa que essa comunidade experimentou antes da perseguição da Inquisição.

O centro também exibe artefatos arqueológicos e genealogias de famílias judaicas locais, além de promover eventos educativos que resgatam a memória da influência judaica na identidade torrejana.



Miguel Peixoto