Moinho de vento
Eu no vale,
Tu, ao longe, na colinaMas meu olhar de menina
Perdia-se no teu girar
E enquanto moías trigo
O meu olhar de menina
Moía sempre contigo.
O meu olhar de menina
Parava com o teu parar.
Que eu julgava caravelas.
E quando o vento parava,
O meu lenço, eu agitava
E tu sobre o mar profundo
Já não moías o trigo
Ias descobrir o mundo.
E os teus búzios parados
São como olhos cansados
De olhar ao longe a idade
Este poema faz parte do livro “Tonalidades” editado em Abril de 2005, com poemas de Maria do Espírito Santo Miranda e pinturas de Maria Manuela Duarte Estêvão, ambas sócias fundadoras da AUTITV, exercendo actualmente, as funções de Secretária da Assembleia Geral e de Presidente da Direcção, respectivamente.
Quanto ao Dia dos Moinhos é interessante que sejam recordados pois além de fazerem parte da paisagem, “matavam a fome” a muita gente. Era neles (e também nas azenhas) que se depositava o trigo ou milho para que as pessoas pudessem ter pão. Na zona de Torres Vedras existiam centenas e eram um símbolo para a nossa região.
Hoje já não se recorre a estes meios para se ter farinha e a maioria dos moinhos foram demolidos ou estão em ruínas. Alguns sofreram adaptações e servem de residências. Agora o que se vê com abundância são os moinhos ditos “eólicos”. Também terão as suas virtudes pois destinam-se a produzir energia, mas há quem goste e há quem não goste de os ver. Gostos não se discutem, diz o povo.
(Joaquim Cosme)
1 comentário:
Gostei de saber que havia um dia dedicado aos moinhos....!!!!!
Considero que é uma merecida homenagem, atendendo à grande importância que em temos idos eles representaram na vida e economia das populações....
Parabéns à colega Espírito Santo pelo belíssimo poema e ao colega Cosme pelo seu texto que contém tão interessantes informações sobre esta matéria....!!!
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