Natália Silva veio à nossa Universidade falar sobre “A Casa de Torres Vedras”, livro que já se encontra editado, e que aguarda para breve, o seu lançamento através da Câmara Municipal de Torres Vedras.
A casa de Torres Vedras foi fundada pelo Dr. Gomes Martins de Alvarenga e perdurou desde o século XV até finais do século XIX.
O filho, Rui Gomes de Alvarenga era um letrado, alto funcionário da corte e detentor de um vasto e rico património fundiário, espalhados pelos termos de Torres Vedras, Alenquer, Santarém e Lisboa. Intitulado conte palatino desempenhou, entre outros cargos, o de chanceler-mor do reino e foi homem de confiança de D. Afonso V. Coube ao seu sucessor, Gomes Soares de Melo, garantir à descendência a posição alcançada por seu pai no seio da nobreza e acrescentando à casa mais um oficio de prestígio, o de alcaide-mor de Torres Vedras.
Os seus bens vinculados em morgadias, sobreviveram até finais do século XIX na posse dos seus descendentes. Apesar de uma interrupção durante o conturbado período que se seguiu ao 1º de Dezembro de 1640 em que os bens foram confiscados pela Coroa devido à fuga para Espanha do seu 6º neto, D. João Soares de Alarcão e Melo, os mesmos foram recuperados por um outro descendente, sobrinho neto que tinha ligações à casa de Abrantes e graças ao seu desempenho e serviço real após a chegada ao poder da dinastia de Bragança.
A partir de então, o património da casa de Torres Vedras foi incorporado na casa dos condes e senhores de Avintes, mais tarde marqueses do Lavradio.
Prosseguiu a oradora, dizendo que procurou então estabelecer as relações familiares entre a casa de Torres Vedras e a de Avintes sem esquecer as origens linhagísticas da segunda. Neste âmbito seguiu também a trajectória dos herdeiros da casa de Avintes-Lavradio, novos administradores do património torriense, tanto na sua grandeza como no caminho para o declínio, que culminou com a degradação patrimonial nos finais do século XIX.
Helena Pina
Sem comentários:
Enviar um comentário