20/06/2020

A disciplinia "Desenvolvimento Local"



AUTITV
DISCIPLINA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL
Ano letivo de 2019/2020

O Desenvolvimento é dos temas mais complexos e mais abrangentes das ciências humanas.
No caminho da sua transversalidade, tudo lhe pode cair em cima e de repente tudo lhe pode fugir.
Para que o mesmo não nos fique soterrado em múltiplas direções sem conseguirmos o fim de nenhuma delas, optámos por olhar apenas para alguns dos principais aspetos do desenvolvimento sócio-económico da nossa terra.
Com os pés no nosso concelho e olhos postos na região onde ele se encontra, o oeste e, numa evolução temporária abrangida pela nossa memória ou dos antecessores mais próximos, percorremos este ano letivo, dando continuação ao estudo que temos vindo a desenvolver nos dois anos anteriores.

O QUE FIZEMOS :

Pegámos nas letras do termo DESENVOLVIMENTO, e com elas organizámos um jogo agrupado nos quinze pontos mais significativos do nosso percurso, este ano letivo.

1. Discutimos os pontos mais relevantes, levantados pela nossa prospeção local.
Porque é que a toponímia da cidade tem a designação que encontramos nas 214 artérias (avenidas, ruas, travessas, praças e pracetas).
Este trabalho, permitiu-nos ficar a conhecer melhor a terra onde vivemos.

Desenvolvimento
Cidade de Torres Vedras →

2. Estudámos, ou seja, olhámos os factos e os problemas contextualizados no seu tempo e a razão ou razões da sua existência e da sua durabilidade, ou esquecimento.

3. Sentimos que em cada passo da nossa vida, nos envolvemos nas mais diversas situações, e por elas e com elas, nos desenvolvemos também.

4. Entendemos que sem crescimento económico não há desenvolvimento, mas também que, desenvolver, não é apenas crescer.

5. Notabilizámos dados estatísticos e verificamos o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do nosso concelho, relativamente aos restantes concelhos do oeste.

6. Verificámos que a nossa cidade, no espaço de um século, obteve uma transformação tal, que dificilmente conseguiríamos viver hoje como se vivia há cem anos, designadamente no que respeita a higiene sanitária, educação e alimentação.

7. Ordenámos ideias, tentámos desmistificar juízos volúveis, relativamente ao valor das coisas e dos acontecimentos.


8. Levantámos questões sobre a clarividência e ou a ofuscação dos estratos sociais.
Que forças nos movem a, por vezes, tentarmos ser diferentes daquilo que na realidade somos? Fenómeno associado ao desenvolvimento económico-social.

9. Voltámos , vária vezes , a pontos de ligação à disciplina, como por exemplo, a alimentação, os mitos sobre a mesma, a evolução, face ao desenvolvimento económico e à ciência alimentar.
Olhar a roda dos alimentos com as proporções alimentares para uma alimentação equilibrada e dar um salto à Tabela da Composição de Alimentos para encontrar o valor nutricional de cada alimento.


10. Integrámos nas nossas aulas, convívio e lazer, através das práticas recriadoras e inovadoras de técnicas culinárias tradicionais, incluindo a respetiva degustação:
10.1 S. Martinho
A história e a lenda de S. Martinho e a sua associação ao concelho de Torres Vedras.
Recordar tradições alimentares, como “ S. Martinho , castanhas e vinho”, a quase esquecida tiborna saloia e os diversos preceitos civilizacionais .
10.2 Natal
O toque de festa que lhe dá o Bolo Rei. Não sendo este bolo das mais antigas tradições portuguesas de Natal, ele já conquistou lugar, por isso fomos confecioná-lo, degustando-o finalmente numa simples ceia com canja de galinha e mais algumas iguarias de natalícias.
No fim da obra feita e antes da degustação, contempla-se e recapitulam-se os passos da confeção.
10.3 Carnaval
A famosa figura carnavalesca de Torres Vedras, a matrafona, foi essa que, em massa de biscoitos fomos fazer e pintar.
Aos simples, mas saborosos biscoitos, demos-lhe o formato das matrafonas, cada uma de seu jeito.
Foi uma aula de brincadeira, onde nos divertimos, mas também aprendemos a fazer biscoitos e a fazer corantes alimentícios naturais que aplicámos à pintura das matrafonas.

11. Visitas de estudo. Integrámos também no programa deste ano algumas visitas de estudo, no âmbito do desenvolvimento económico e sustentável.
A primeira foi ao concelho do Cadaval , acompanhada pela Leader Oeste, a unidades de produção relacionadas com a produção alimentar regional , objetivada para o equilíbrio entre o rendimento do produtor e o ambiente, bem como a quantidade necessária e qualidade sanitária adequadas ao consumidor.
Visita à Associação de Produtores Agrícolas da Sobrena.

12. Movemos a nossa direção de aprendizagem no sentido de acompanhar o movimento interdependente da roda do desenvolvimento, tentando perceber como, independentemente da nossa vontade, somos arrastados pelos ventos de mudança.
Percebemos isso pela transformação das nossas vidas.
Entrámos na moda sem dar por isso, porque sendo unos, também somos parte do todo.
O que comemos, o que vestimos e até a forma como pensamos fazem parte dos nossos movimentos e do nosso envolvimento no grande turbilhão da roda do desenvolvimento global.
São assim as nossas aulas, sentados nas cadeiras da sala de aulas, viajamos pelo mundo. Brincando, rindo e folgando, falamos de coisas muito sérias e muito a sério.

13. Escutámos os sons da natureza.
Os búzios presos às velas de um moinho de vento, ex-libris da nossa paisagem oestina, recordação do lavor económico e símbolo do principal elemento da nossa alimentação, o pão.
Visita à Cooperativa de Fruticultores do Cadaval (COOPVAL)
Uma aula entre quatro paredes, pode abrir uma janela para espreitar a magnifica paisagem local, escutar o silêncio da natureza e ao mesmo tempo os mil sons indiferenciados e melodiosos da mesma.
Porta aberta para vindouras oportunidades em grupo ou isoladas, em dia e hora oportuna de cada um.
Um passeio ao campo pode corresponder a um bom tratamento terapêutico.

14. Normalizámos o que, parece anormal, as mudanças. Muitas vezes se diz que o mundo não pára, mas tantas vezes sem pensar que este movimento é a roda do desenvolvimento.
Percebemos que cada gesto, palavra, procedimento, não se repetem, antes sim, é outro.
Percebemos também que cada um é diferente do outro e que eu também sou o outro, pois, é normal. Só que menos usual!

15. Tornámos à Escola, faz de conta, à Universidade, pois claro! Somos adultos e temos que olhar para o Universo, a universidade é isso, é o universo da vida. Tivemos algumas aulas dadas por professores convidados especialistas no tema abordado, tais como:
15. 1 Património Local
Aula aberta dada pelo Professor convidado, Dr. Moedas Duarte. Nesta aula percebemos que património não são apenas os monumentos, como por exemplo o castelo de Torres Vedras. Este e outros monumentos incluem-se no património material histórico, mas temos também o património imaterial que pode não ser físico, como seja a cultura expressa por costumes populares, crenças religiosas, lendas, danças e cantares, festas e outros rituais, que podem não estar à vista, mas estão arreigados a valores comunitários. Ou o património ambiental, que constitui a relação do homem com a natureza, a Terra no seu conjunto global de mares, rios e oceanos, com a respetiva fauna e flora.
15.2 Tradições de Carnaval
Aula aberta dada por Professor convidado, Dr.Venerando de Matos.
Nesta aula tivemos a informação de algumas reminiscências de carnaval no mundo, partindo de seguida para o carnaval de Torres Vedras, como teria ele cá chegado.
Do que se sabe, referiu o professor, do que se tem estudado, o nosso carnaval de Torres, deriva de brincadeiras populares, principalmente rurais. Neste âmbito existem muitos testemunhos, grande parte deles não escritos.
A aula foi muito participada pelos presentes, com testemunhos de vivências mais antigas, vivências que constituem o que é hoje o nosso genuíno carnaval de Torres Vedras.
15.3 Alimentação e Desenvolvimento Sustentável
A Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, representada pelas Engenheiras Maria do Carmo Bica e Cândida Rodrigues, a convite da nossa Universidade, fez uma sessão aberta, onde nos foram transmitidas informações sobre o trabalho em rede de desenvolvimento rural e sustentabilidade.
A sessão foi de relevante interesse no que respeita ao equilíbrio entre a produção alimentar, a saúde, a economia e a sustentabilidade ambiental.


15. Opinámos
Cada um tem a sua opinião. Partilhámos opiniões, saberes, experiências, conceitos, valores, virtudes e defeitos. Encontrámo-nos nessas partilhas, valorizámos as diferenças e das partes construímos o todo.
Percebemos que o desenvolvimento também é isto, que é não estar só, mas antes, ser uma pequena parte do todo.
É envolver ou envolver-se, como rede comunicante em que cada um também é o outro.
Em resumo, o que foi esta nossa disciplina de Desenvolvimento Local?
Conversar, pesquisar, descobrir, partilhar saberes, conviver, ajudar, cooperar e até brincar. Desenvolvimento é tudo isto!








A professora da disciplina, Palmira Cipriano Lopes

1 comentário:

Teresa Sarzedas disse...

MUITOS PARABÉNS, PROF. PALMIRA.

Teresa Sarzedas