O nosso passeio à bonita vila de Constância veio da curiosidade de conhecer os locais descritos tão poeticamente no livro “Onde” do escritor José Luís Peixoto.
A expectativa era alta e foi com avidez que escutámos e bebemos de toda a informação que ao longo de todo o percurso nos foi sendo transmitida pela guia local.
Começámos a nossa visita pela Igreja Matriz de Constância, edificada em 1635 a partir de uma capela já existente do século XVI. Um magnífico teto pintado por José Malhoa, os trabalhados em estuque estilo rococó, as diversas capelas laterais cada uma com belas pinturas onde nos detivemos com especial atenção, na que deu origem à construção da igreja, pelo pormenor original da representação da ultima ceia de Cristo em mesa redonda, que nos surpreendeu pela singularidade.
Descemos pelas bonitas ruas de calçada já gasta, observando as pitorescas casas e pensando em Camões a passear-se por ali, caminhando até à sua casa, hoje remodelada a que deram o nome de Casa dos Arcos, onde morou durante a sua estadia em Constância enquanto cumpria pena. Hoje estávamos nós ali, pisando as mesmas pedras, olhando as mesmas casas, as mesmas árvores. Quantas mais gentes por ali terão passado antes de nós…
Continuámos o nosso passeio histórico até ao largo onde, da varanda que imaginámos ser a
proa de um navio, observámos uma paisagem de rara beleza que nos transportou ao passado e imaginámos como seria ali, onde se juntam os rios Tejo e Zêzere, os muitos barcos de pesca, de transporte e de viagem, quantos encontros e desencontros, quantas paixões amores e desamores ali tiveram lugar… Nós hoje a sentir esse passado.
proa de um navio, observámos uma paisagem de rara beleza que nos transportou ao passado e imaginámos como seria ali, onde se juntam os rios Tejo e Zêzere, os muitos barcos de pesca, de transporte e de viagem, quantos encontros e desencontros, quantas paixões amores e desamores ali tiveram lugar… Nós hoje a sentir esse passado.
Passeámo-nos ao longo do rio até ao monumento de Camões.
Ali estava ele, sentado, jovem, elegante, contemplando o Zêzere e como que a convidar-nos a sentar ao seu lado para observar tão espetacular paisagem.
Logo ao lado o Jardim Temático homenagem à sua obra em especial aos Lusíadas, O Jardim-Horto de Camões, com mais de cinquenta espécies de árvores e plantas que ele referiu como sendo de África e Ásia. Jardim de enorme beleza pela sua originalidade nas espécies e na disposição do mesmo, com um enorme painel de azulejos simbolizando a viagem de Camões de Lisboa a Goa.
Terminámos a nossa viagem no Largo de Pelourinho. Parámos para beber um café e refletir no facto de que em poucas horas viajámos séculos de história e que quase sentimos Camões ali ao nosso lado, até mesmo o cheiro de quem por ali andou antes de nós e também aí nós hoje fizemos história.
Isabel Faria
T.V. 27/10/2022