O Dr. José Fialho Feliciano foi brilhante na palestra professoral que proferiu no auditório da AUTITV, na tarde de hoje, ante uma plateia de alunos seniores atenta. O tema “Desenvolvimento Sustentável” foi o mote para uma abordagem concisa e transversal à crise que entrou na vida dos portugueses como uma chaga difícil de sarar.
“Hoje, venho aqui discutir um problema”, começou por
sublinhar. Quem somos? Como é que nos tornamos humanos? “São duas questões que
temos sempre presente quando queremos sair da crise”. E deu o exemplo da
tríade: austeridade, crescimento e desenvolvimento. Sem estes pilares a
funcionar em articulação não há desenvolvimento sustentável.
Para o orador, a crise europeia chega após ter rebentado a
bolha americana e Portugal não pode evitar. “Quando a bolha rebentou milhares
de americanos ficaram sem casa”, os bancos ficaram sem liquidez, a hecatombe
financeira deu-se num ápice. Na opinião do docente José Feliciano “sempre que
há crise, o dinheiro é deslocado de um mercado para outro mercado”. Os países
do sul da Europa foram arrasados, porque mais débeis, e tiveram que recorrer
aos bancos do norte da Europa, contraindo empréstimos a juros altíssimos. “90 %
do dinheiro que circula no mundo processa-se através de acções financeiras”,
observou.
A situação de Portugal está muito para além do desejável. A
dívida pública portuguesa está em 128,8 % do PIB (Produto Interno Bruto)
enquanto que a dívida das empresas é de 143 %. Cerca de 94,4 % do tecido
empresarial português está em microempresas que têm uma dívida da ordem dos 48
%. Tudo somado, “a dívida global de Portugal ascende a mais de 350 % do PIB, sendo
a dívida mais alta da Europa e das mais altas do mundo”, revela o Dr. José
Feliciano.
Traçando uma imagem mais abrangente, o palestrante considera
que “ estamos a viver num contexto muito agreste. A crise em Portugal vai para
sete anos e o mundo de hoje é dominado pela lógica financeira”. O Dr. José
Feliciano faz o reparo sobre a distribuição da riqueza no mundo: “apenas 1 % da
população detém 45 % da riqueza mundial” e que “não há crescimento com salários
baixos”, sem deixar de referir que enquanto Portugal tem apenas 18 % de
licenciados, a Alemanha tem 28 /% e os
EUA 42 por cento”.
Em suma, por tudo quanto o professor abordou, não se
assistiu a uma palestra mais, mas a uma lição com muita e actual informação.
A sessão foi aberta pela Dra. Palmira Lopes que apresentou o Orador e teceu várias considerações sobre o seu brilhante curriculo académico e
profissional, tendo a mesma sido encerrada pela presidente da Autitv, Manuela Estevão, que
agradeceu a presença de todos, especialmente da vereadora da Cultura da
Camara Municipal de T.Vedras, Dra. Ana Umbelino.
Os
nossos agradecimentos. Um até breve.
1 comentário:
Gostei imenso desta palestra. O Dr. José Fialho foi brilhante. Parabéns. Joaquim Cosme
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