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foto de: António Lourenço Luis |
No âmbito da disciplina "História de Portugal", realizou-se, no dia 22 de Fevereiro, uma visita de estudo ao Museu de Arte Antiga, cuja organização esteve a cargo da Professora Rita Sarreira.
O aluno João Gouveia, fez o seguinte relato:
"AÇUCAR DA MADEIRA POR PINTURA DA FLANDRES
Um regresso ao passado (século XV e XVI), quando não havia moeda nem museus. Quando muitos negócios eram viabilizados não em dinheiro (moeda padrão) mas por intermédio da permuta de bens e valores. Foi neste cenário que os seniores da AUTITV - Universidade Sénior foram ver, no Museu de Arte Antiga, algumas espécies de pintura da Flandres e da sua ligação à produção de açúcar na Ilha da Madeira.
Pinturas célebres eternizadas, açúcar que teve o seu ciclo. Escrever no presente vivências do passado implica situar no tempo sem causar desvirtuação. Da nossa juventude temos recordações da apanha e do transporte da cana sacarina, bem como da laboração dos engenhos que produziam o açúcar. Um trabalho árduo.
Anos ricos do denominado "ouro branco" que foi uma das principais riquezas de Portugal de há 600 anos. A apanha da cana sacarina era, à data, um trabalho de "escravatura". Penoso e mal pago. Os dois engenhos que hoje laboram (Calheta e Porto da Cruz) são praticamente ténues referências do passado. Não produzem açúcar mas apenas mel e aguardente.
Nos séculos XV e XVI, a produção do açúcar madeirense atingiu proporções elevadas ao ponto de se tornar numa das principais fontes de receitas do reino. Grande parte da produção era exportada para a Europa. Foi neste âmbito multissecular da economia europeia que, o açúcar produzido na maior ilha atlântica portuguesa, foi comercializado, em parte, por troca com a pintura flamenga, ourivesaria e escultura.
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J.G.
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