Integrada na disciplina LUGAR ONDE – Escritas e Dizeres, ministrada em 2023/ 24 pelo prof. Joaquim Moedas Duarte, realizou-se, no dia 4 de Maio de 2024, uma visita de estudo a alguns lugares evocativos da obra de Alves Redol: aldeia avieira da Palhota, no concelho de Cataxo; e Museu do Neorrealismo, em Vila Franca de Xira. 32 participantes puderam, assim, rever as terra de borda d´agua, onde Redol viveu, trabalhou e de que tanto escreveu. Evocação maior do seu livro Avieiros, para o qual recolheu elementos durante a estada de algumas semanas na aldeia avieira da Palhota, que visitámos, na companhia de Pedro Santos – da Associação Palhota Viva – e de João Serrano, grande estudioso e divulgador da cultura avieira. A aldeia está muito descaracterizada, por isso a leitura de Avieiros se torna mais necessária, pelo poder expressivo da sua escrita tão actual, em que a vida daqueles pescadores – nómadas do Tejo – é descrita com mestria. Ali bem perto, o majestoso rio Tejo.
De tarde visitámos o Museu do Neo Realismo, em Vila Franca de Xira. Já o conhecíamos, mas de novo nos surpreendeu pela qualidade e variedade das exposições, sobretudo as fotos de Alfredo Cunha e a obra pictórica do pintor Amândio Silva. A capacidade de renovação deste inspirador espaço arquitectónico, concebido por Alcino Soutinho, justifica a repetição regular de visitas, onde sempre se encontram novidades. Acresce que o seu espólio tem vindo a ser enriquecido com inúmeras doações, provenientes de famílias ligadas aos artistas - sobretudo escritores e pintores - do neo realismo. A base inicial foi, justamente, o espólio de Alves Redol.
Joaquim Moedas Duarte
(Fotos Manuela Estevão e J. Moedas Duarte)
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