Pelas 10.30 horas do dia 15 de Novembro de 2024, um grupo de 25 associados (alunos e professores) desta Universidade -AUTITV, saiu de Torres Vedras em direção a Lisboa, para aí visitar o “Atelier-Museu Júlio Pomar” e o “Centro de Arte Moderna Gulbenkian”. No âmbito da disciplina de Pintura Acrílica, esta visita de estudo teve por objetivo dar a conhecer e cimentar alguns dos fundamentos da arte moderna e da arte contemporânea.
Atelier-Museu Júlio Pomar
11h30m
Este espaço, inaugurado em Abril de 2013, foi criado para conservar e para divulgar a obra de Júlio Pomar (Lisboa, 1926-2018), através de exposições temporárias, eventos, conferências e atividades educativas. O edifício do museu (um projeto de recuperação de um armazém no Bairro Alto) foi concebido pelo arquiteto Álvaro Siza.
O acervo do museu conta com várias centenas de obras de Júlio Pomar bem como de outros artistas que lhe foram próximos. Opera no domínio da arte contemporânea e procura abarcar a pluralidade das suas expressões.
Fomos recebidos por um técnico-guia que fez uma abordagem muito interessante e significativa do percurso e da obra artística de Júlio Pomar (que pudemos apreciar in loco): um artista plástico português cujas obras apresentam uma grande variedade de estilos e técnicas.
- Júlio Pomar (Lisboa, 10 de Janeiro de 1926 - 22 de Maio de 2018) foi um artista plástico/pintor português, incontornável na arte moderna e na arte contemporânea. Foi autor de uma obra multifacetada centrada na pintura, desenho, cerâmica, tapeçaria, gravura, ilustração, serigrafia, cenografia para teatro, decoração mural em azulejo, escultura, assemblage e escrita (obra poética, letras de fados e dois ensaios sobre pintura -”Da cegueira dos pintores” e “Então a pintura?”. No início da sua carreira esteve ligado ao movimiento neorrealista nacional (1946-1950), sendo considerado um dos seus maiores cultores. Ao longo de seis décadas da sua carreira, percorreu várias estéticas da pintura: desde o neorrealismo (onde deixa obras significativas como “ O almoço do Trolha” e “ Gadanheiro”), ao expressionismo e ao abstracionismo. A sua obra está marcada por ciclos e inspirações temáticas (trabalho, tauromaquia,corrida de cavalos fadistas, Maio de 68, etc.). As suas obras mais famosas são: “O Almoço do Trolha”, “Retato Oficial do Presidente Mário Soares”, “Gadanheiro”, “Macaco Cozinheiro”, “Banhos Turcos de Pomar”. Foi um dos artistas mais conceituados do século XX português, distinguido com numerosos prémios, com obra devidamente apreciada em numerosas exposições nacionais e internacionais -.
Centro de Arte Moderna Gulbenkian
13h00m
No espaço Gulbenkian, almoçamos e desfrutamos de toda a beleza dos jardins, dos espaços verdes e podemos apreciar a arquitetura exterior do novo edifício do Centro de Arte Moderna (com a sua enorme pala de Kengo Kuma, revestida com 3274 azulejos, em três tons de branco, produzidos em Portugal): este projeto foi concebido tendo por base o conceito engawa, da arquitetura japonesa (faz a ligação do “interior completamente íntimo ao exterior aberto”.
16h00m
Iniciamos a visita guiada às exposições (de arte moderna), divididos em dois grupos. Ao entrarmos na nave principal, cheia de luz, fomos recebidos por um denso e ritmado conjunto de esculturas suspensas. Seguimos para a exposição Linha de Maré, que parte do período da Revolução do 25 de Abril e s
e estende até aos dias de hoje e a todas as revoluções relacionadas com o estado do planeta. Algumas das obras são tão impactantes que dão a sensação de levarmos um murro no estômago:
e estende até aos dias de hoje e a todas as revoluções relacionadas com o estado do planeta. Algumas das obras são tão impactantes que dão a sensação de levarmos um murro no estômago:
- uma videoinstalação de Manuel Abrantes mostra-nos a projeção de um futuro catastrófico, se continuarmos a desrespeitar o planeta e não atendermos aos sinais dados pelas alterações climáticas. Aqui os protagonistas são fantasmas. A ideia de ameaça que paira sobre a humanidade é muito o seu imaginário;
- uma exposição “O Calígrafo Ocidental”, de Fernando Lemos, apresenta-nos o encontro entre a escrita e o desenho, numa leve estrutura de inspiração nipónica, reunida em 200 obras, entre fotografias, desenhos e estampas;
- não faltou, também, a visita à Galeria da Coleção de Reservas Visitáveis (um espaço que apresenta um conjunto de obras da Coleção CAM), onde nos foi possível apreciar uma seleção de obras muito diversas de pintores modernistas portugueses.
Tal como programado, regressámos a Torres Vedras, onde chegámos pelas 19h30m, Satisfeitos e muito mais enriquecidos, social e culturalmente, óbvio!
Conceição Anes
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