No âmbito da disciplina de "História de Portugal", realizou-se, no dia 18 de Janeiro, uma visita de Estudo ao Museu do Oriente, organizada pela Drª Rita Sarreira.
Na sequência desta visita, o sócio/aluno João Gouveia fez o seguinte relato:
"Do Ocidente ao Oriente
Memórias admiráveis na história da humanidade
O Museu do Oriente, em Alcântara (Lisboa) está a comemorar dez anos de existência (2008-2018). Cerca de meia centena de seniores da AUTITV esteve, na tarde do dia 18 do corrente, a visitar este admirável e apaixonante guardador de memórias (hábitos, costumes, tradições) com mais de três milénios. China, Índia, Japão e ainda Timor-Leste, têm no Museu do Oriente nacos emblemáticos da sua herança cultural.
Somos agradecidos aos guias que nos conduziram pelas exposições, quer pela relação e pormenorização estabelecidas entre as diferentes fases da evolução civilizacional oriental e ocidental, como pela especial atenção para a presença portuguesa naquele lado do globo.
Se é uma realidade que as aulas de História de Portugal e Local são das mais frequentadas pelos seniores, também é verdade que a professora Rita Sarreira tem promovido e mobilizado os alunos para a participação nas aulas e nas visitas culturais. Riquezas que motivam quem já viveu uma vida e que pela vida quer continuar a conhecer melhor este nosso enigmático mundo.
Mais do que descrever o que vimos, ouvimos e fotografámos no Museu do Oriente, cada um com o seu ângulo de observação e crítica, achamos por bem abordar a influência da literatura na civilização oriental, para nós a melhor via para chegar ao conhecimento da história.
O Japão, pais do sol nascente, merece destaque. Pela paixão que temos pelos livros, por tudo quanto revelam e nos transportam, pegamos por aqui e convidamos quem nos quiser acompanhar.
A literatura é um dos grandes patrimónios dos povos, da humanidade em geral, em todos os tempos e épocas históricas. A par dos heróis guerreiros, políticos, navegadores, comerciantes, missionários e estrategas, figuram escritores que divulgaram como ninguém a identidade cultural de uma nação ou país, no mundo inteiro e criaram obras, de ficção e outras, que ainda hoje constituem uma riqueza intelectual (vocábulo de origem latina que significa "ler por dentro", bem no "fundo") e são reconhecidas como "grandiosas", dignas de fama, honra e objecto dos mais prestigiados prémios...
Não faltam exemplos, provas, nesta matéria. Mas, a este propósito, recordamos o país do "sol nascente", o Japão dr inúmeras memórias, com quem os portugueses entraram em contacto no século XVI...
No campo da literatura, o Japão destaca-se por um conjunto de importantes escritores, alguns P´emios Nobel, como é o caso do Nobel de 2017 - Kazuo Ishiguro, que, embora tenha sido criado na Inglaterra, desde criança, é natural do Japão e cuja obra literária está quase toda traduzida em português, como os títulos: O Gigante Enterrado, os Despojos do Dia, Nocturnos.
Outro nome grande é Yasunari Kawabata (1899-1972), o primeiro escritor japonês a ser distinguido com o Nobel da Literatura, em 1968. Segue-se Kenzaburo Oe (n.1935), Nobel da Literatura em 1994, autor do livro Não Matem o Bebé, considerado a sua obra mais importante.
Grandes autores, também: Yukio Mishima (1925-1970); Junichiro Tanizaki (1866-1965), com o Elogio da Sombra, obra de referência; Kakuzo Okakura (1862-1913), que escreveu o Livro do Chá e foi uma referência intelectual para personalidades como o filósofo Martin Heidegger e o poeta Ezra Pound.
Shusaku Endo (1923-1996), que ainda o ano passado esteve em destaque em todo o mundo, por via da sua obra inigualável - Silêncio, adaptado ao cinema e que relata a história de um missionário português (no século XVII) envolvido na conversão dos povos orientais, mas que acabou por "apostatar" ou abandonar tudo, após ter sido sujeito às mais duras pressões das autoridades japonesas...; E por fim, entre muitos outros famosos escritores jaoneses, nosso contemporâneo, Haruki Murakami (n. em 1949), cujo nome é sempre proposto para ganhar o Nobel, estando a sua obra traduzida em mais de 50 idiomas...
Conclusão, a herança cultural do Japão é tão vasta e rica do ponto de vista intelectual, profundo, que só nos resta ler um livro de cada um dos seus maiores escritores, antes que seja tarde, para saborearmos a verdadeira literatura e gozarmos de uma beleza infinita, de um prazer único, que nem as mais inovadoras tecnologias podem dar ao nosso espírito inquieto e curioso.
Então, boas leituras, se possível, na companhia dos autores japoneses."
J.G
Na sequência desta visita, o sócio/aluno João Gouveia fez o seguinte relato:
"Do Ocidente ao Oriente
Memórias admiráveis na história da humanidade
O Museu do Oriente, em Alcântara (Lisboa) está a comemorar dez anos de existência (2008-2018). Cerca de meia centena de seniores da AUTITV esteve, na tarde do dia 18 do corrente, a visitar este admirável e apaixonante guardador de memórias (hábitos, costumes, tradições) com mais de três milénios. China, Índia, Japão e ainda Timor-Leste, têm no Museu do Oriente nacos emblemáticos da sua herança cultural.
Somos agradecidos aos guias que nos conduziram pelas exposições, quer pela relação e pormenorização estabelecidas entre as diferentes fases da evolução civilizacional oriental e ocidental, como pela especial atenção para a presença portuguesa naquele lado do globo.
Se é uma realidade que as aulas de História de Portugal e Local são das mais frequentadas pelos seniores, também é verdade que a professora Rita Sarreira tem promovido e mobilizado os alunos para a participação nas aulas e nas visitas culturais. Riquezas que motivam quem já viveu uma vida e que pela vida quer continuar a conhecer melhor este nosso enigmático mundo.
Mais do que descrever o que vimos, ouvimos e fotografámos no Museu do Oriente, cada um com o seu ângulo de observação e crítica, achamos por bem abordar a influência da literatura na civilização oriental, para nós a melhor via para chegar ao conhecimento da história.
O Japão, pais do sol nascente, merece destaque. Pela paixão que temos pelos livros, por tudo quanto revelam e nos transportam, pegamos por aqui e convidamos quem nos quiser acompanhar.
A literatura é um dos grandes patrimónios dos povos, da humanidade em geral, em todos os tempos e épocas históricas. A par dos heróis guerreiros, políticos, navegadores, comerciantes, missionários e estrategas, figuram escritores que divulgaram como ninguém a identidade cultural de uma nação ou país, no mundo inteiro e criaram obras, de ficção e outras, que ainda hoje constituem uma riqueza intelectual (vocábulo de origem latina que significa "ler por dentro", bem no "fundo") e são reconhecidas como "grandiosas", dignas de fama, honra e objecto dos mais prestigiados prémios...
Não faltam exemplos, provas, nesta matéria. Mas, a este propósito, recordamos o país do "sol nascente", o Japão dr inúmeras memórias, com quem os portugueses entraram em contacto no século XVI...
No campo da literatura, o Japão destaca-se por um conjunto de importantes escritores, alguns P´emios Nobel, como é o caso do Nobel de 2017 - Kazuo Ishiguro, que, embora tenha sido criado na Inglaterra, desde criança, é natural do Japão e cuja obra literária está quase toda traduzida em português, como os títulos: O Gigante Enterrado, os Despojos do Dia, Nocturnos.
Outro nome grande é Yasunari Kawabata (1899-1972), o primeiro escritor japonês a ser distinguido com o Nobel da Literatura, em 1968. Segue-se Kenzaburo Oe (n.1935), Nobel da Literatura em 1994, autor do livro Não Matem o Bebé, considerado a sua obra mais importante.
Grandes autores, também: Yukio Mishima (1925-1970); Junichiro Tanizaki (1866-1965), com o Elogio da Sombra, obra de referência; Kakuzo Okakura (1862-1913), que escreveu o Livro do Chá e foi uma referência intelectual para personalidades como o filósofo Martin Heidegger e o poeta Ezra Pound.
Shusaku Endo (1923-1996), que ainda o ano passado esteve em destaque em todo o mundo, por via da sua obra inigualável - Silêncio, adaptado ao cinema e que relata a história de um missionário português (no século XVII) envolvido na conversão dos povos orientais, mas que acabou por "apostatar" ou abandonar tudo, após ter sido sujeito às mais duras pressões das autoridades japonesas...; E por fim, entre muitos outros famosos escritores jaoneses, nosso contemporâneo, Haruki Murakami (n. em 1949), cujo nome é sempre proposto para ganhar o Nobel, estando a sua obra traduzida em mais de 50 idiomas...
Conclusão, a herança cultural do Japão é tão vasta e rica do ponto de vista intelectual, profundo, que só nos resta ler um livro de cada um dos seus maiores escritores, antes que seja tarde, para saborearmos a verdadeira literatura e gozarmos de uma beleza infinita, de um prazer único, que nem as mais inovadoras tecnologias podem dar ao nosso espírito inquieto e curioso.
Então, boas leituras, se possível, na companhia dos autores japoneses."
J.G
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