19/11/2019

Museu de São Roque e Convento de São Pedro de Alcântara


Pelos trilhos da Literatura fomos até Lisboa, atrás de Poesia/História, programa cultural da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, centrado no Museu de S. Roque e no Convento de S. Pedro de Alcântara.
A estátua de S. Roque surpreendeu-nos logo à entrada. 
Reza a história que sobreviveu miraculosamente ao terramoto de 1755 merecendo lugar cimeiro no átrio da entrada do Museu com a sua designação e, protetor do pobre e do doente, é o Patrono da Misericórdia de Lisboa, fundada por D. Leonor, destinada a essa população desprotegida. 
À pintura, estatuária e demais objetos expostos pelos corredores e salas do Museu é acrescentada informação e declamação de poemas num enquadramento histórico-literário da época. Assim, tivemos o prazer de aplaudir e cumprimentar o simpático Camões após apresentação da Proposição de “Os LUSÍADES”; de ouvir a Marquesa de Alorna que, nobre, elegante, altiva e nostálgica, declamou um dos seus poemas, mostrando-se pouco interessada na aproximação à plebe e de, por fim, num esforço de procura pela Igreja, ouvir, das alturas do púlpito, a voz de Pessoa num mui breve apontamento ao Pe António Vieira porque, semblante vago e distante, «Cansa sentir quando se sente» como confessa o Poeta no seu “Cancioneiro”. 
Após pausa para almoço subimos até ao Convento S. Pedro de Alcântara onde nos foi dada uma lição da História daquele Património no que diz respeito à arquitetura e arte barroca, à difusão da cultura e do saber enquanto centro de formação na área do serviço social e do esino oficial até 2012, sob alçada das Irmãs da Apresentação de Maria, congregação francesa a investir no ensino das letras, do social e das artes (música, pintura) e também no conhecimento do latim necessário à prática do canto Gregoriano a que as Irmãs dão significativo destaque. 
O convento hoje, pertença da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, instala serviços diversos e é roteiro turístico da capital pela riqueza dos seus azulejos do sec. XVIII e alusivos à vida de S. Pedro de Alcântara; dos quadros e pintura mural com destaque para a das paredes e do teto da Igreja com o magnífico efeito de ilusão d`Ótica (“Trompe l`oeil”) e, por fim e não menos importante, dos encastrados de mármores nacionais policromáticos nas paredes da Capela dos Lencastres (MECENAS da Ordem dos Capuchinhos e aí sepultados), contrastando com a garrida pintura do teto. 
Esta capela, ao lado da Igreja e à direita da portaria do Convento, Peça Única da arquitetura nacional, é “A JÓIA” do valioso património do Convento de S. Pedro de Alcântara. 

Regressámos aquecidos pelo Sol, pela Cultura, pela Camaradagem e pela POESIA de UM “SANTO” DIA ao redor de SANTOS. 

                                                                                    (Odete Bento)



























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