30/04/2009

Silêncio!...



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Silêncio!
Vamos entrar no Museu do Fado
O edifício onde está instalado o Museu do Fado em Lisboa foi criado pela Companhia das Águas logo após a sua fundação há 140 anos. Aí funcionou a primeira estação elevatória a vapor que ficou conhecida por Estação Elevatória da Praia
Estávamos em 1868, ano da fundação da Companhia das Águas. Lisboa carecia de água. O Aqueduto das Águas Livres não dava resposta total às necessidades. Em Alfama havia muitas águas subterrâneas, algumas até com características medicinais. Não é em vão que a palavra Alfama, que deriva do árabe, significa banhos ou fontes.
Existiam vários chafarizes sendo os mais concorridos o de El-Rei, o de Dentro (o nome é motivado pelo facto de ficar do lado de dentro da muralha Fernandina) e o do Praia (ficava de fora e com este nome por se localizar na praia onde os barcos faziam as aguadas)
Este último, o da Praia, foi demolido e no seu lugar foi construída a estação elevatória movida a vapor (a primeira em Portugal movida por esta energia) e que elevava a água aí captada até ao Reservatório da Verónica.
Quando em 1880 chegaram a Lisboa as águas do Alviela, a estação elevatória perdeu a importância atribuída inicialmente e acabou por ser desactivada.
Há 10 anos, nessas instalações, foi aí inaugurado o Museu do Fado mas encerrou em Março de 2008 para remodelações e reabriu em Outubro passado.
E, agora, silêncio pois vamos entrar no Museu do Fado. Mas apesar de se pedir silêncio não se pense que o fado é só tristeza, ou só canta a desgraça. Temos o fado corrido que é bem alegre e popular. E até se pode dançar enquanto se canta.
O fado já foi tema de teatro, de cinema, de rádio, de televisão e fez sucesso em muitas revistas do Parque Mayer. Tudo leva a crer que possa vir a ser considerado Património Imaterial da Humanidade. Já há diligências neste sentido.
Salta à vista do visitante grandes painéis com fotografias de artistas ligados ao fado como Berta Cardoso, Alfredo Marceneiro, Júlio Peres, Fernanda Maria, Fernando Farinha, Celeste Rodrigues, Tony de Matos, Argentina Santos, Martinho da Assunção, Joel Pina, Carlos do Carmo, Lucília do Carmo, Manuel de Almeida, Carlos Ramos, Maria Teresa de Noronha, Amália Rodrigues, Hermínia Silva, Anita Guerreiro, Tristão da Silva e tantos, tantos outros.
E através do auscultador que é fornecido à entrada pode-se ouvir cantar fados por muitos destes artistas, mas também por outros muito mais novos como Joana Amendoeira, Mafalda Arnaulth, Mariza, Camané, ou Kátia Guerreiro.
Estão expostas cópias de discos que foram cantados por Ercília Costa, Dr. António Menano, Adelina Fernandes, Manuel de Almeida, Estevão Amarante, Maria Vitória ou Armandinho.
Podem ser vistas guitarras e violas. Fica-se a saber que a guitarra é instrumento de meados do século XVIII e veio de Inglaterra. Era utilizada nos círculos da burguesia e só a partir de 1840 é que aparece ligada ao fado.
E também se fica a saber que os fadistas tinham por hábito usar tatuagens representando navios, guitarras, flores, corações trespassados ou corações unidos. Que o fado deixou de ser exclusivo das tabernas e passou para os grandes salões. Que esteve sujeito aos meios de censura. Que as primeiras letras cantadas eram de autores anónimos mas depois cantaram-se poetas de destaque da nossa literatura como Florbela Espanca, Luís de Camões, David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Melo, José Régio, Alexandre O’Neill, José Carlos Ary dos Santos, Manuel Alegre ou Fernando Pessoa.
No entanto, Martinho da Assunção escreveu: Por muito que se disser/o fado é canção bairrista/Não é fadista quem quer/mas sim quem nasceu fadista.
Encontram-se expostos alguns quadros cedidos por outros museus mas o que mais salta à vista é o óleo de José Malhoa de 1910 “O Fado”.
Muito mais haveria para relatar. Aconselha-se uma visita. Quando é que a nossa Universidade leva os seus alunos até lá?
Joaquim Cosme
Abril/2009

27/04/2009

Plantas na alimentação

A Professora Palmira Cipriano Lopes organizou na disciplina de Gastronomia uma aula prática com a finalidade de conhecer e recolher plantas aromáticas e outras, úteis na alimentação humana.
Com a permissão amável da Professora, tive o prazer de acompanhar e assistir.
E foi assim durante cerca de duas horas, em ida e volta, das Marvãs quase até ao moinho, com frequentes paragens para recolha e explicação das muitas plantas encontradas naquela exuberante vegetação.
Parabéns pela iniciativa e os votos para que prossigam estas aulas práticas.
Algumas fotos do evento podem ser visionadas clicando AQUI, espaço que poderá comportar outras que nos queiram enviar.

Carlos da Silva

21/04/2009

Ética e Filosofia

Drs Leonel Ribeiro dos Santos e Bento Pereira com elementos da Direcção.

ÉTICA E FILOSOFIA

Na AUTITV, no passado dia 25 de Março tivemos o prazer de assistir a uma palestra sobre ética e filosofia proferida pelo professor doutor Leonel Ribeiro dos Santos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Havia sido convidado pelo nosso professor Bento Pereira da disciplina Conversar Ciência.

O que é a ética? O que é a filosofia? Nunca se obtém uma resposta definitiva. Há sempre algo que fica sem resposta.

O conferencista leu-nos e comentou-os textos de Epicuro, de René Descartes e de Vergílio Ferreira. Cada um destes autores tem a sua opinião acerca destas questões.

Epicuro entende que não há idade para filosofar pois a filosofia até pode ser interpretada como uma espécie de ginástica da mente que permite a quem já tem uma certa idade, como nós alunos da AUTITV, ter a agilidade e a robustez de um jovem. Kant chamou a Epicuro mestre da virtude pois plantou flores onde outros colocam espinhos.

“Viver sem filosofar é na verdade ter os olhos fechados…” disse Descartes acrescentando que o que se descobre por meio da filosofia nos dá uma satisfação superior à que se obtém naquilo que a nossa vista descobre.

Vergílio Ferreira afirmou que só nasceu realmente no momento em que chamou a si a solução ou recusa de problemas que outros haviam padronizado.

Leonel Ribeiro com a sua palavra fluente e sorridente cativou a assistência que enchia a nossa sala principal. Disse-nos que a ética sempre existiu embora não se falasse nela. A partir de 1970 quase se tornou moda. Agora até se fala da ética ambiental ou da ética dos animais. Mas quando se fala da falta de ética dos outros é importante que se olhe para nós.

Nas suas palavras iniciais de apresentação disse-nos que não vinha para uma conferência mas para uma troca de impressões. Sem se dar por isso já haviam passado 90 minutos. Não cansava ouvi-lo mas a “ética” aconselhava a terminar esta “troca de impressões”.

E ainda houve tempo para responder às várias questões que lhe foram colocadas e sempre com o mesmo sorriso inicial.

Joaquim Cosme

12/04/2009

Páscoa Feliz


A todos os nossos amigos/as, colegas e Reitoras/es, desejamos uma Páscoa Feliz, cheia de coisas boas da vida e de muita saúde.
Que este ano lectivo ninguém chumbe por notas e muito menos por faltas...
LG.