17/05/2019

Vendas Novas e os seus Palácios

Integrada na disciplina de Cultura Geral, e por sugestão do professor Granada alguns alunos da AUTITV, deslocaram-se, no dia 16 de Maio, à cidade de Vendas Novas para visitar alguns edifícios icónicos e históricos, desta cidade alentejana: Palácio Vidigal, Palácio das Passagens e a Real Capela.

O Palácio Vidigal foi mandado construir por D. Carlos. Sendo um rei muito ligado à natureza, quer oceanográfica, quer terrestre, em particular às atividades ligadas à caça, e necessitava de instalações, à altura de um rei, aquando das suas deslocações ao Alentejo para praticar aquele “recreio”. É um edifício de planta quadrangular com átrio central, composto de piso térreo e águas furtadas. Internamente, um corredor percorre todo o quadrado, dispondo os quartos e outras salas, sucessivamente, com janelas para o exterior. 

O seu estado de degradação, interna é considerável, dadas a anteriores utilizações, aguardando-se para breve a sua recuperação, por um investidor turístico.

O edifício possui em anexo (mas de construção separada) uma capela, na qual se realça, no altar-mor, uma pintura de N. Sra. da Conceição, que se pensa ser de autoria do próprio D. Carlos.

Próximo deste edifício existe um uma praça de touros, equipada com tudo o necessário para a lide de touros, bastante apreciada pelo monarca. 

Duzentos anos antes, em 1728, nos tempos faustosos de D. João V, este monarca mandou construir um palácio para que a comitiva real aí pudesse pernoitar, durante 2 noites, ou seja durante uma “passagem” para o rio Caia, tendo por isso ficado conhecido como o Palácio das Passagens. Foi por ocasião da vinda para Portugal da princesa D. Mariana Vitória, filha dos reis de Castela, para casar com D. José (futuro rei de Portugal), e a “troca” com D. Bárbara (filha de D. João V) que iria casar com o filho de rei de Castela, D. Fernando VI. Este episódio, que se realizou em pleno rio Caia, ficaria conhecido pela “troca das princesas”. Curiosamente, 50 anos mais tarde, algo semelhante aconteceria, pois de Castela veio D. Carlota Joaquina para casar com D. João VI, e de Portugal foi D. Mariana, filha de D. Maria I, para casar com o futuro rei de Castela.
Atualmente o edifício é sede do Regimento de Artilharia de Vendas Novas e não foi possível visitar o seu interior (por razões óbvias), no entanto uma “olhadela” pelo hall de entrada denuncia alguma monumentalidade interior .
Anexo a este palácio foi construída a “Real Capela”, que foi possível visitar após algumas “negociações” com o oficial do Regimento. Sem grande expressividade arquitetónica exterior, apresenta no seu interior uma profusa decoração nas paredes, com um lambrim em azulejos do séc. XVIII relatando a vida de Cristo, além de um painel de Santa Bárbara (padroeira da artilharia), datado de 1972. A capela é de uma nave, com altar-mor, no qual existe uma pintura de N. Sra. da Conceição) e oratório real.
Apesar de não estar no programa inicial, foi possível visitar o museu da Escola Prática de Artilharia, inaugurado em 1992. Com um hall e 11 salas, comporta uma vasta exposição de material técnico relacionado com artilharia, técnica de tiro, transmissões, uniformes, bocas de fogo, etc.
Uma nota final para lamentarmos a ausência do Prof. Granada, que não pode estar connosco, pois uma forte dor lombar, na noite anterior, impediu-o de nos acompanhar, com muita pena nossa, e, certamente dele também.

Zacarias Dias



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