Na sequência de uma primeira palestra sobre “Aviação”, realizada em Novembro de 2017, pelo professor António Lourenço Luis, (uma interessante apresentação que teve como objectivo desmistificar tabus que envolvem esta temática), teve lugar, no dia 24 de Outubro, uma segunda palestra, com o mesmo orador e sobre o mesmo tema, durante a qual foram apresentados conceitos sobre aeronaves e feita uma abordagem às duas características comuns a todo o tipo de aviões:
1. A necessidade de um fluxo constante de ar nas asas, para se obter a sustentação das aeronaves;
2. E de uma área plana e livre de obstáculos, que permita alcançar a velocidade necessária, quer para a descolagem, quer para uma operação de pouso.
Após relembrar alguns aspectos já focados na primeira sessão, nomeadamente a forma de se conseguir fazer voar uma massa de centenas de toneladas, o professor Lourenço Luis estabeleceu um interessante paralelismo entre uma asa de ave e a de uma aeronave.
A partir de então dissertou sobre os mais diversos aspectos técnicos que envolvem esta temática, sempre com base em princípios físicos bem conhecidos, a saber:
- nos de Bernoulli aplicados à aeronáutica;
- no efeito Coandã;
- e na terceira Lei de Newton,
Concluindo que são quatro as forças que necessitam ser superadas para que um avião consiga descolar e manter-se no ar de forma controlada:
1. ARRASTO (resistência ao avanço no ar);
2. GRAVIDADE (o peso da aeronave);
3. TRACÇÃO (capaz de vencer o arrasto criando a velocidade necessária que, por sua vez, faz desenvolver a sustentação;
4. SUSTENTACÃO (capaz de vencer a gravidade, permitindo a descolagem e o vôo controlado).
Seguiram-se outras explicações de grande interesse referentes aos mais variados aspectos, designadamente os que se reportam a hélices e a motores aeronáuticos, tais como os “motores a pistão”, “a turbina”, “a jacto puro” , “turbofan”, e, no âmbito deste último, foi feita referência às razões (ecológicas e económicas) porque a nível comercial o transporte de passageiros a longa distância usa bimotores em vez de tri ou quadrimotores, por exemplo a maior aeronave bimotor do mundo, o “Boeing 777”, com capacidade máxima para 550 passageiros e um alcance máximo de 10.900 milhas náuticas (17.900Km).
Igualmente de extrema importância para a tranquilidade de quem viaja, foram os esclarecimentos dados sobre questões que se levantam relativas a eventuais falhas que possam ocorrer num ou até mesmo nos dois motores do avião.
A este propósito foi explicado que nenhum avião cai se ocorrer uma falha num dos motores, dado que, apenas com o outro, o avião poderá efectuar mais 3 horas de vôo, praticamente sem qualquer problema e isso permitir-lhe-á uma aterragem em segurança, num dos aeroportos constantes da rota que lhe foi traçada para o seu destino inicial. (operação ETOPS)
Também, e mesmo numa hipótese bastante remota de, em simultâneo, ambos os motores falharem (algo que, segundo referiu o prof. Loureço Luis, baseado em estudos da AIBUS, só poderia ocorrer em cada 17.880 anos), existe ainda a chamada “razão de planeio” e ainda outras técnicas de pilotagem que possibilitam aumentar a distância a percorrer.
Ainda a propósito de uma eventual falha nos dois motores, existe também o APU” (uma pequena turbina auxiliar que serve para suprir as forças eléctrica e pneumática aos sistemas dos aviões, permitindo que estes operem autonomamente nos aeroportos e em emergência continuar o vôo com as necessárias energias). Ainda assim, e numa situação extrema de ficar sem motores e sem APU, existe em todos os tipos de aviões uma turbina, (a RAT) que de forma automática ou manual é colocada fora da estrutura da aeronave, a qual produzirá energia eléctrica e hidráulica para alimentar os sistemas básicos de vôo (através do ar de impacto).
Como conclusão:
1 comentário:
Por razões pessoais não me foi possivel assistir a esta interessante palestra. Tenho pena! Mas quem sabe a mesma não se repetirá. Parabens ao Prof. Lourenço Luis.
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