No dia 12 de maio o professor António Luís Lourenço, organizou uma visita de estudo no âmbito da disciplina “Oficina da Fotografia” á serra de Montejunto com passagem pelo Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal.
Às 9 horas partimos em direção á freguesia de Carvalhal, concelho do Bombarral.
Antes de visitarmos a igreja, pudemos percorrer a mata circundante, apreciar os painéis de azulejos que se encontram no adro alusivos aos círios que se realizam anualmente, vindos de diversos locais e das freguesias vizinhas.
Dentro do templo, tivemos oportunidade de apreciar e fotografar a capela-mor com a veneranda imagem do Senhor Jesus, os dois altares laterais e uma capela lateral com a imagem do Senhor dos Passos.
O senhor pároco, esteve presente e fez-nos uma breve e elucidativa explicação sobre a origem e construção do santuário, que, ao longo dos séculos tem sido objeto de peregrinações de círios e feiras.
Daqui seguimos para a aldeia de Pragança, perto do Cadaval para almoço na Quinta do Castro.
Foi-nos servido um delicioso menu composto por sopa, cozido á portuguesa, variadas sobremesas, com bebidas á descrição e café.
Bem retemperados, fomos serra acima, conduzidos pelo motorista sr. Camarate, que demonstrou a sua perícia nas curvas e contracurvas em estradas estreitas e sinuosas até ao cume da serra.
Visitámos primeiro a capela de Nossa Senhora das Neves, que se encontrava aberta para nos receber, edificada no séc .XIII, como agradecimento de um milagre.
Segundo lenda uma criança perdida na serra durante uma noite fria e de nevoeiro, foi encontrada, de boa saúde pelos pais na manhã seguinte, começando assim a devoção e romarias a este local, que a tradição mantém no dia 5 de agosto.
No altar-mor existe uma imagem original de Nossa Senhora das Neves com mais de oitocentos anos.
Com hora marcada para uma visita á fábrica do gelo, descemos para o centro interpretativo da serra de Montejunto. A guia acompanhou-nos na visita, explicando pormenorizadamente o seu funcionamento.
O que hoje vemos na fábrica do gelo, única no país, corresponde a uma parte da sua área inicial. A sua construção é atribuída a frades dominicanos, tendo entrado em funcionamento no final do séc. XVI na época filipina, sendo o seu auge de elaboração no século XVIII no tempo de D. João V.
Existe uma área composta por dois poços, uma casa da nora e um tanque reservatório cuja função era abastecer de água os quarenta e quatro tanques de congelação ou geleiras. O seu enchimento processava-se nos finais de outubro durante a noite quando as temperaturas eram mais frias. Depois da congelação o gelo era transportado para um armazém, onde era cortado e embalado em palha e sarapilheira, seguidamente transportado, serra abaixo por burros, depois em carros de bois até ao rio Tejo, onde prosseguia viagem até Lisboa de barco.
Parte desse gelo era para abastecer a casa real, particulares ricos e cafés, como por exemplo o Martinho na Praça do Comércio.
Este complexo foi objeto de conservação e revalorização por iniciativa da Câmara Municipal de Cadaval e classificado como monumento nacional.
O nosso roteiro prosseguiu novamente até ao cume da serra para se fotografar a paisagem envolvente. O forte vento que se fazia sentir, não nos impediu de fazer algumas fotos.
Para terminar, uma visita á adega Cooperativa da Labrugeira-Alenquer.
Depois de uma pormenorizada explicação do seu funcionamento, foi-nos oferecido um lanche e prova de vinhos e como recordação uma caixa de vinhos a cada um dos visitantes.
Terminado assim o nosso "roteiro fotográfico", regressámos a Torres Vedras, bem dispostos e mais ricos em conhecimentos num alegre dia de convívio.
Maria Margarida Raposo
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