
1. A necessidade de um fluxo constante de ar nas asas, para se obter a sustentação das aeronaves;
2. E de uma área plana e livre de obstáculos, que permita alcançar a velocidade necessária, quer para a descolagem, quer para uma operação de pouso.
Após relembrar alguns aspectos já focados na primeira sessão, nomeadamente a forma de se conseguir fazer voar uma massa de centenas de toneladas, o professor Lourenço Luis estabeleceu um interessante paralelismo entre uma asa de ave e a de uma aeronave.
A partir de então dissertou sobre os mais diversos aspectos técnicos que envolvem esta temática, sempre com base em princípios físicos bem conhecidos, a saber:
- nos de Bernoulli aplicados à aeronáutica;
- no efeito Coandã;
- e na terceira Lei de Newton,
Concluindo que são quatro as forças que necessitam ser superadas para que um avião consiga descolar e manter-se no ar de forma controlada:
1. ARRASTO (resistência ao avanço no ar);
2. GRAVIDADE (o peso da aeronave);
3. TRACÇÃO (capaz de vencer o arrasto criando a velocidade necessária que, por sua vez, faz desenvolver a sustentação;
4. SUSTENTACÃO (capaz de vencer a gravidade, permitindo a descolagem e o vôo controlado).
Seguiram-se outras explicações de grande interesse referentes aos mais variados aspectos, designadamente os que se reportam a hélices e a motores aeronáuticos, tais como os “motores a pistão”, “a turbina”, “a jacto puro” , “turbofan”, e, no âmbito deste último, foi feita referência às razões (ecológicas e económicas) porque a nível comercial o transporte de passageiros a longa distância usa bimotores em vez de tri ou quadrimotores, por exemplo a maior aeronave bimotor do mundo, o “Boeing 777”, com capacidade máxima para 550 passageiros e um alcance máximo de 10.900 milhas náuticas (17.900Km).
Igualmente de extrema importância para a tranquilidade de quem viaja, foram os esclarecimentos dados sobre questões que se levantam relativas a eventuais falhas que possam ocorrer num ou até mesmo nos dois motores do avião.
A este propósito foi explicado que nenhum avião cai se ocorrer uma falha num dos motores, dado que, apenas com o outro, o avião poderá efectuar mais 3 horas de vôo, praticamente sem qualquer problema e isso permitir-lhe-á uma aterragem em segurança, num dos aeroportos constantes da rota que lhe foi traçada para o seu destino inicial. (operação ETOPS)
Também, e mesmo numa hipótese bastante remota de, em simultâneo, ambos os motores falharem (algo que, segundo referiu o prof. Loureço Luis, baseado em estudos da AIBUS, só poderia ocorrer em cada 17.880 anos), existe ainda a chamada “razão de planeio” e ainda outras técnicas de pilotagem que possibilitam aumentar a distância a percorrer.
Ainda a propósito de uma eventual falha nos dois motores, existe também o APU” (uma pequena turbina auxiliar que serve para suprir as forças eléctrica e pneumática aos sistemas dos aviões, permitindo que estes operem autonomamente nos aeroportos e em emergência continuar o vôo com as necessárias energias). Ainda assim, e numa situação extrema de ficar sem motores e sem APU, existe em todos os tipos de aviões uma turbina, (a RAT) que de forma automática ou manual é colocada fora da estrutura da aeronave, a qual produzirá energia eléctrica e hidráulica para alimentar os sistemas básicos de vôo (através do ar de impacto).
Como conclusão:
1 comentário:
Por razões pessoais não me foi possivel assistir a esta interessante palestra. Tenho pena! Mas quem sabe a mesma não se repetirá. Parabens ao Prof. Lourenço Luis.
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